Inventando uma professora | Maria Augusta Grici Zacarin
Por Maria Aparecida Carboni

 

 

Fiquei muito honrada ao ser convidada por Maria Augusta para escrever o posfácio de seu livro. E, não poderia deixar de acrescentar à honra, um feliz compromisso.


Antes de comentar a obra, relembro anos em que pude trabalhar, no Colégio Santo André, em Jaboticabal, ao lado de pessoa tão dedicada e com quem tive o privilégio de aprender tanto, uma educadora tão doce, singela e brilhante, que fazia a leitura precisa do que necessitava seus alunos. E ouvia! Ouvia com o desejo de não estabelecer julgamentos e sim de estabelecer uma conexão que traduzisse em empatia. 


Ao receber os originais de Inventando uma professora, foi perceptível um relato de amor pela Educação. E à medida que se lê, não é possível ficar imune à palavra “memória”, não como armazenamento de informações, mas sim como imagens de pés que tanto caminharam, de dedos ágeis e caprichosos nas lousas, de olhos atentos e sensíveis, de coração generoso, de razão, tudo entremeado de firmeza e doçura. Divina arte do equilíbrio! 


Eis uma narrativa sensível que nos contou vivências e isso de narrar, essa mágica, que remonta a tempos imemoriais, permite um encontro e uma reflexão por tratar-se da realidade de tantos colegas. Há uma multiplicidade de situações, de vozes e quão acariciante é perceber que o sonho de educador é único, mas só tem sentido no coletivo, pois educar é construção social. Há eco na sensibilidade ao ler suas experiências. Como disse Rubem Alves: o educador é um fundador de mundos, mediador de esperanças, pastor de projetos. 


O tempo passado, presente e futuro foi sempre presente que Maria Augusta queria doar porque não vislumbrou somente seu próprio viver! Sabia que, como afirmam grandes teóricos da Educação, a afetividade é tão ou mais importante que as metodologias para apresentar um cidadão ao futuro. Assim, construiu pontes!


Deixar-se envolver-se por esta trajetória lindamente apresentada nesta leitura conduz-nos além da subjetivação. Visto que leitores reconhecem iniciativa, coragem para lutas cotidianas, flexibilidade, desejo de servir e incentivo para vulneráveis que só na Educação podem salvar e salvar-se. 


Inventar uma professora, como bem narra a autora, não é passe de mágica e sim semeadura, a exemplo da sábia parábola do Evangelho.


Inventar, uma ação! Professora Maria Augusta, um estado de graça!