Por Hugo Almeida

Que tal deixar um pouco o celular de lado em casa, no ônibus ou metrô, e se logar neste Brevemente infinito? Ele também cabe no bolso e traz o múltiplo pulsar da vida captado por seis mulheres e sete homens de diferentes gerações, escritores já publicados ou inéditos, nascidos ou residentes na BA, no DF, em MG, no PI, em SC, SP e no RJ. São quatro minicontos de cada autor, de leitura rápida, mas as histórias vão durar mais na memória do que as mensagens de WhatsApp e outras atrações fugazes da telinha.

Vários dos 52 minicontos do volume são pepitas de uma ou duas linhas, alguns com pouco mais, e nenhum passa de vinte. Sim, leitura breve. De efeito infinito. Sobressai o tema do amor em seus inúmeros matizes, do primeiro ao último. Arrebatado, amor decepção, amor doído, eterno, amor traído. 

Existe muito mais nestes contos: o sublime, pedaços de céu, o mórbido, a alegria, o terror, a escolha, o destino, conflito de gerações e tecnologias, a profecia, sorrisos, lágrimas, a vida viva, quase no fim ou extinta. O leitor verá que até as pedras têm sentimentos. Há contos-piada, contos-dor (física ou espiritual), conto-susto, surpresa, conto-poema, grito, transmutação, conto-travessia, conto-foz, prece, conto-solidão. Por vezes de final aberto, como é a boa ficção, à espera da coautoria do leitor.